LIMITADO

(Renato Gaúcho é vaiado após vexame na Semi da Copa do Brasil)
   
    O Flamengo de 2019 não existe mais há tempos. E o fracasso na noite de ontem não é mera coincidência. Renato Gaúcho, que também traz em seu currículo algumas importantes conquistas, empilha fracassos e decepções ao longo de sua já experimentada carreira. Um técnico que tem à sua disposição um elenco caro e cheio de craques como sempre pediu, conseguiu estragar, limitar um time que parecia não ter um teto de rendimento. É o único culpado? Não. Mas o principal? Sim.
         
    Vamos lá: Renato Portaluppi tem na sua prateleira de grandes títulos a Libertadores, Recopa e Copa do Brasil com o Grêmio, em sua última e vitoriosa passagem pelo clube. Tem também mais uma Copa Nacional com o Flu, lá em 2007. Desconsiderando os estaduais, é isso. 
         
    Durante a última passagem pelo tricolor gaúcho, disse inúmeras vezes que seu time "jogava o melhor futebol do Brasil" e reclamava da falta de investimentos comparado aos rivais, justificando eliminações. Mas será que realmente tinha o melhor futebol do Brasil? Se durante os anos de 2016-2020, viu Palmeiras, Corinthians e Flamengo serem campeões brasileiros, vencendo seu time em várias competições e jamais conseguindo se impor contra qualquer um deles? E se o problema era "só" falta de elenco, o Flamengo-21 não era para ser uma máquina?
           
    O time que entrou em campo contra o Furacão ontem no Maracanã foi irreconhecível novamente e nos mais variados sentidos. Trouxe a tona mais uma vez erros de jogos passados: Fraco psicologicamente (um dos pontos fortes do treinador), cometeu erros defensivos, técnicos e de posicionamento; Dependeu muito de talentos individuais, cruzamentos sucessivos para área e lampejos. Faltou técnico, faltou treino. Esse foi o Flamengo que o torcedor se acostumou a NÃO ver nos últimos anos. Resultado? Eliminação, vaias, ofensas e pedidos por Jorge Jesus.
           
    Agora pausa, esqueçamos o excelente trabalho na terceira passagem pelo Grêmio por um minuto e vejamos a carreira de Portaluppi como treinador: Em 2008, cai com o Vasco; Em 2009, abandona o Fluminense que é salvo do rebaixamento por Cuca; Em 2011, menos de dois meses no Athletico (que acabaria rebaixado também). Vários trabalhos que não chegaram à um ano. Isso só pra citar alguns exemplos. Em resumo, foi campeão com todos os méritos quando teve bons elencos, soube montar times, fez seus atletas correrem por ele no maior estilo "boleirão". Mas quando precisou "ser técnico", estrategista, treinador de fato, Renato pecou várias vezes. Excelente motivador, conhece o vestiário, sabe lidar com o jogador, porém desse ponto até ser "um dos melhores" tem muito chão.
           
    Fica cada vez mais claro que, quando ele não consegue ganhar 100% do vestiário, falta repertório tático para montar um time competitivo. Conseguir a empatia dos atletas, ser persuasivo nos discursos, ter o time na mão é um mérito e tanto, que poucos conseguem. Mas ainda assim, muito pouco para se colocar na primeira prateleira de treinadores.

    Ah, e chega de falar em seleção né? Tite está anos-luz à frente.

Jv. Oliveira

       

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