Vou começar com fatos: Nós preferimos o mata-mata. E quando digo “nós” me refiro à grande maioria dos brasileiros apaixonados por futebol. “Ah, mas pontos corridos é melhor...”. Ok, agora vai lá assistir o seu Bayern, campeão com 10 rodadas de antecedência no Campeonato Alemão e me deixe em paz.
Somos movidos pela emoção, pela vontade de ver o pior time eliminando o melhor, pelas surpresas que a Copa do Brasil proporciona, muito mais que o campeonato brasileiro. A verdade é que, o brasileiro só gosta de pontos corridos quando seu time está bem. Do contrário, ele só reza para que o ano acabe.
Mata-mata molda caráter. Separa os meninos dos homens. Ensina o jogador a ser decisivo. Por exemplo: Você sabia que desde que o Campeonato Brasileiro passou a ser disputado exclusivamente em pontos corridos, nunca mais fomos campeões mundiais? Pois é, não que esse seja o único responsável por diversos fracassos brasileiros em Copas do Mundo, mas sim, deve-se considerar a falta de personalidade, experiência, poder de decisão de nossos atletas de uns 15 anos pra cá. Tudo isso causado pelo deplorável “futebol moderno”, onde as principais ligas do mundo impõem uma maneira dita “correta” e as demais se sentem obrigadas a seguir. O Campeonato Brasileiro não precisa seguir ninguém. O futebol brasileiro é único!
A Copa do Brasil é um Oásis, que sobrevive à tais modernidades. O nosso maior torneio de mata-mata ainda nos causa emoção, revela jogadores da mais alta capacidade de decisão. É onde o time que joga por uma bola vence; Onde um é amassado num jogo e amassa o adversário no outro.
As semifinais deste ano mostram bem isso. A essência do resultado a qualquer custo. Times que vão para a casa do adversário afim de não querer jogar, e conseguem. Cruzeiro e Corinthians conseguiram exatamente o que almejavam: trazer o resultado para decidir na própria casa. Enquanto Palmeiras e Flamengo tentaram, insistiram, de todas as maneiras, quiseram jogar. Porém, uma célebre frase diz: “Mata-mata não se joga. Se vence!”
Claro que nada está decidido e tudo pode acontecer nos jogos de volta. Viradas, incertezas, sentimentos únicos que não sabemos explicar e somente nós, “copeiros”, sentimos.
É por essas e outras que NÓS amamos a Copa!
Jv. Oliveira
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