Detalhes

Um clássico começa muito antes do apito inicial. A semana que antecede o dérbi, o ambiente do time, a imprensa, tudo influencia. O que a torcida do Corinthians fez na sexta feira, meu amigo, eu nunca tinha visto na minha vida. Uma demonstração de amor, de apoio incondicional. Começou a conquistar a taça ali. 37 mil loucos, sinalizadores, bandeiras, festa. O mínimo que se esperava dos atletas em campo era que não faltasse vontade. E não faltou.

O time conseguiu o gol logo no primeiro minuto, fazendo cair por terra a vantagem do rival. Nem o mais otimista Corinthiano esperava aquilo. Todo o cenário desenhado antes da partida mudou. Basicamente uma inversão de papéis do jogo de ida. Assim como em Itaquera, o time da casa pressionava e o visitante vencendo, se defendia. Chato em alguns momentos e muito disputado durante os 90 minutos. Decidiria-se de novo (como nas duas semis) nas penalidades máximas.

Nos pênaltis, novamente, brilhou a estrela de Cássio. Gigante e aparecendo de novo em decisões. Como fez na semifinal, duas defesas e herói do jogo. Infelizmente o futebol tem dessas. Dudu, que chamou a responsabilidade o jogo todo, perde o primeiro pênalti. Seria pesado demais colocá-lo como culpado.

As polêmicas: O juiz errou sim, em dar o pênalti, mas também errou em voltar atrás na decisão. Deu margem para discussão de interferência externa. Não foi, mas como o VAR não está em uso por aqui ainda, não deveria ter voltado atrás. O juiz acerta, mas da maneira errada.

No primeiro tempo, pênalti discutível não dado em Borja também gerou reclamações alviverdes. Porém, apesar de todas divergências, falar em “final manchada”, como disse o presidente Maurício Galliotte, é exagero. Poderia ter saído por cima, como representante de um gigante que é, mas pecou em menosprezar o campeonato após a derrota. Lutou o campeonato todo, deu o sangue para ter a melhor campanha para depois diminuir a conquista do rival beira o ridículo.

Palmeiras é mais time, e não é porque perdeu que está tudo errado. Não criou como esperado, também pela extrema competência do rival. Corinthians se defendeu como sabe, como nos seus melhores dias. E é aquela história: Clássico é clássico, tem que ter total atenção do primeiro ao último minuto. Decide-se nos detalhes.

E no detalhe, deu Corinthians.

Jv Oliveira.